segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Congresso: Mulheres, álcool e drogas: qual é o peso do gênero?

Salve a imagem no seu computador para uma melhor leitura, pois o visualizador do windows possibilita ampliar a imagem.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

IV Jornada preparatória para o Congresso da ABEAD: Dia 14 de março de 2015

Estudantes, médicos, psicólogos, enfermeiros, educadores, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, psiquiatras e conselheiros em dependência química poderão ficar atualizados sobre as principais novidades da área. Inscreva-se agora mesmo:



sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Vai cheirar cocaína? Então prepare-se para o pior!

A droga afeta os sistemas neurológico e imunológico de forma irreversível e a ressaca química demora semanas

O uso de cocaína está disseminado em todas as camadas da sociedade. Entre os usuários, estão jovens de classe média que utilizam a droga nas baladas e em reuniões na casa de amigos. A maioria experimenta com o objetivo de conhecer seus efeitos ou até mesmo porque desejam passar mais tempo “ligadão”, embora muitos desconheçam que, mesmo o uso esporádico, é prejudicial.

Isso porque, as substâncias presentes na cocaína afetam o sistema neurológico e imunológico de forma irreversível e muito perigosa. Além de todas as transformações internas, o uso constante causa, ao longo dos anos, uma degradação física evidente.

“A cocaína é uma droga estimulante que afeta o organismo inteiro, atingindo principalmente cérebro, coração e a frequência respiratória”, explica a psiquiatra Ana Cecília Marques. Segundo o também psiquiatra  Anderson Ravy Stolf, mestrando do programa de pós-graduação em psiquiatria pela UFRGS, a cocaína, assim como o crack, está associada a uma diminuição da resposta imunológica do organismo.

 “O uso dessas drogas facilita a ocorrência de infecções. Pode-se observar isso de forma clara nos pacientes que possuem infecção pelo HIV e utilizam cocaína. Eles são mais suscetíveis às infecções chamadas de oportunistas”, diz ele. No sistema neurológico, ela causa hiperexcitação cerebral e consequente morte dos neurônios e a diminuição da irrigação sanguínea no cérebro. A presença de cocaína no cérebro gera também alterações das funções neuropsicológicas, influenciando áreas relacionadas ao julgamento, percepção, concentração, tomada de decisões e impulsividade.

Além dos problemas internos, a droga também pode acabar com sua performance na cama. Isso porque, os usuários têm mais chances de sofrer de disfunção erétil e acabar broxando. “A cocaína pode causar impotência por vários motivos. Os mais comuns são os acidentes vasculares (isquemia) e depressão, afinal, durante a abstinência o homem fica abatido, apático, sem libido, em uma ressaca química que demora dias ou até mesmo semanas para passar”, explica a Dra Ana Cecília.

Ou seja, se momentaneamente a cocaína faz com que você aguente por mais tempo as baladas e sinta uma enorme euforia sexual, com o passar do tempo, a libido diminui e as chances de você ficar devendo na hora H aumentam e muito.

Caso você seja atleta e decida utilizar a cocaína para melhorar sua performance nos treinos, o sinal de alerta deve ser redobrado. Isso porque, de acordo com dr. Anderson, a droga gera um aumento das substâncias que, em níveis muito altos, prejudicam o músculo, como ácido lático. Por isso, não se iluda com a euforia durante o treino. Ela dá a falsa impressão de que a substância aumenta a capacidade de realizar exercícios. Mas o efeito é justamente contrário.

“Após uso agudo, principalmente quando em combinação com exercícios vigorosos, há aumento da  chance de infartos do coração e do cérebro (derrames), pela vasoconstrição das artérias”, explica o especialista.

Fisicamente não é possível precisar dentro de quanto tempo há mudança após uso intenso da droga, porque isso envolve a suscetibilidade individual à substância. Sabe-se que ela está associada ao aumento de problemas dermatológicos, inclusive infecções de pele, e à própria degradação da aparência física. Além disso, usuários constantes podem adquirir “toques”, gerados por dois motivos principais. “O mais comuns são: a intoxicação e a síndrome de abstinência”, alerta a Dra. Ana Cecília.

Disponível em: http://www.areah.com.br/cool/saude/materia/6270/1/pagina_2/os-efeitos-da-cocaina.aspx

Novo medicamento promete reduzir vontade de beber

Um remédio que promete ajudar abusadores de álcool a reduzir a quantidade de bebida –e não a parar de beber por completo– é a nova aposta de governos europeus em redução de danos.

Essa estratégia é controversa porque a maior parte dos profissionais que trabalham com o tratamento do alcoolismo buscam abstinência, não a diminuição do uso.

A droga chamada nalmefene (Selincro) foi aprovada na Europa em 2013 e lançada em 20 países. Na Escócia, foi incluída no sistema público de saúde neste ano. O Reino Unido estuda fazê-lo a partir de novembro.
O fabricante (Lundbeck) diz não ter prazo definido para pedir o registro no Brasil.

O medicamento bloqueia a sensação de prazer trazida pelo álcool. Resultados de testes clínicos feitos pelo fabricante constataram que a droga, em conjunto com suporte emocional, reduz em 60% a vontade de beber, quando comparado com placebo e apoio psicossocial.

Pessoas que tomavam nove latas de cerveja por dia, por exemplo, cortaram o consumo para três doses.

Em estudo publicado no "British Medical Journal", o Instituto Nacional para Excelência em Cuidados de Saúde (sistema de saúde inglês) diz que a droga demonstrou custo-efetividade para o sistema de saúde quando comparada à oferta de apenas suporte psicológico.

Para a psiquiatra Analice Gigliotti, o remédio é uma boa alternativa às pessoas que abusam do álcool, mas que não têm dependência da bebida. "É o que a gente chama de alcoolista leve ou moderado, que, às vezes, perde o controle", afirma.

O psicólogo Frederico Eckschmidt, especialista em dependência química e pesquisador da USP, também considera o medicamento um bom aliado às estratégias de redução de danos para os abusadores de álcool, quando associado a outras, como entrevistas motivacionais.

"A questão é que para o alcoólatra mesmo, parece não existir uso recreativo do álcool. Toda vez que ele vê a bebida, vem a compulsão."

Entre os critérios para ser considerado um alcoólatra estão compulsão pela bebida, falta de controle no consumo, sintomas de abstinência e tolerância (precisa de cada vez mais para sentir o mesmo prazer de antes).

Para a psiquiatra Ana Cecília Marques, presidente da Abead (Associação Brasileira para o Estudo do Álcool e outras Drogas), o medicamento "é mais do mesmo", já que ele tem mecanismo de ação semelhante à naltrexona, substância já usada no tratamento da dependência.

"Medicamentos similares diminuem a fissura, mas funcionam para uns pacientes, e para outros, não." Segundo ela, a meta dos tratamentos do alcoolismo é a abstinência, não a redução de doses.

"Eles envolvem remédios, mas, necessariamente, outras terapias comportamentais e motivacionais para evitar as recaídas."

O clínico-geral Gustavo Gusso, professor da USP, critica o modelo do estudo, que só incluiu pessoas motivadas a reduzir o consumo. "Proibir bebida em locais públicos pode ter melhor resultado."

Disponível em:http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2014/10/1533760-novo-medicamento-promete-reduzir-vontade-de-beber.shtml

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Cracolândia, o retorno

Apesar de, infelizmente, ainda não ser possível avaliar no momento, com critérios rigorosos e científicos se o programa de reinserção social De Braços Abertos --oferecido pela Prefeitura de São Paulo aos usuários de drogas que estão em situação de rua na cracolândia-- vem produzindo resultados positivos ou negativos, a grosso modo parece que nada adiantou.

Ao contrário, as evidências jornalísticas mostram que o número de usuários aumentou na região da cracolândia --localizada na Luz, próxima à Sala São Paulo, no coração do centro da cidade. Além disso, os usuários de drogas se espalharam para outras áreas, como a avenida Paulista, o que já era de se esperar com a aplicação de qualquer medida isolada.

Isso significa que a dependência de drogas é uma doença que se desenvolve no cérebro, muito complexa, e que precisa de várias etapas de intervenção.

São elas: desintoxicação, diagnóstico aprofundado da gravidade e de suas consequências, estabilização, prevenção de recaída, manutenção e seguimento. Ao longo do processo, cada caso recebe também a reinserção social.

Vale a pena ressaltar que desde o início das ações na cracolândia há pelo menos cinco anos, as expectativas sempre foram as melhores, mas sempre muito ingênuas.

Hoje, com o conhecimento disponível sobre o tema, como é possível imaginar que os indivíduos que lá estão, comprometidos física, mental e socialmente, podem ser reabilitados da dependência de drogas?

Como é possível imaginar que recuperar aqueles indivíduos que enfrentam a dependência do crack, uma doença que se desenvolve no cérebro, com repercussões profundamente deteriorantes e com diferentes consequências, sem tratamento, apenas por meio de trabalho e de uma moradia? Ou apenas com visitas aos centros de apoio?

A questão vai muito além. Para intervir em uma questão tão complexa, que coloca o usuário entre a vida e a morte a todo momento, pelos mais diversos motivos, que atinge a família e a toda a sociedade, é preciso adotar uma política de drogas humana, ecológica e ajustada a cada realidade.

É verdade que esse fenômeno ainda carece de estudos, ele não é de todo conhecido, mas os princípios para a elaboração de uma política baseada em boas práticas vem sendo discutidos no mundo.

A discussão mais importante hoje em dia é como entender de uma vez por todas qual o impacto das drogas e que esse impacto não será controlado por medidas simples e desconectadas.

É preciso uma política robusta, específica para cada droga e para cada contexto, e para o crack um capítulo especial àqueles que estão em situação de rua.

Política essa que significa um conjunto de medidas aplicadas ao mesmo tempo e na mesma direção.

A reinserção social é preciso, mas o tratamento e o controle da oferta de drogas são imprescindíveis.

Quando será que o governo irá assumir o seu papel de gestor e promover a coalizão das ações, implementando um método mais efetivo para o problema?

E quando será também que a sociedade brasileira vai entender que tem direito --humano-- às melhores práticas disponíveis e que deve lutar junto com o governo por um desfecho positivo para o problema das drogas?


Ou será que, contemplativa e depressivamente, assistiremos mais uma vez ao "retorno da cracolância"? Não. Existe esperança, existe ciência, e agora é a vez da política.

Auxílio-doença por uso de drogas cresce 60% em Minas

O número de auxílios-doença concedidos pelo INSS por situações relacionadas ao uso de drogas vem crescendo em Minas Gerais. Para a presidente da ABEAD, Ana Cecília Marques, o Brasil é um dos poucos países da América Latina onde tem aumentado o consumo de todas as drogas, e isso está relacionado a falta de uma política de controle.

Entenda  http://goo.gl/mk103U