A quantidade de auxílios-doença concedidos a dependentes químicos
aumentou 256%, em oito anos. Segundo dados do Instituto Nacional do Seguro
Social (INSS), divulgados pelo jornal O Globo, o total de
usuários que dependem do benefício passou de 7.296 para 26.040. Esse número
apenas acompanha o crescimento de usuários de álcool e drogas, principalmente
de cocaína e crack.
Em
detalhes, a ajuda financeira concedida pelo INSS a dependentes de crack e merla
cresceu 254% nos últimos oito anos. Em 2006 eram 2.434 e e no ano passado,
8.638. No caso de usuários de maconha e haxixe, o aumento foi de 275 para 337.
Só em 2013 foram pagos 143.451 novos benefícios. E nestes oito anos, o número
de pessoas que recebem este auxílios ultrapassou 1 milhão.
Só
no ano passado o INSS pagou R$ 162,5 milhões em auxílio-doença para usuários de
vários tipos de entorpecentes e álcool. Deste total, R$ 9,1 milhões foram
apenas para dependentes de cocaína, crack e merla. O valor médio pago a esse
público é de R$ 1.058. Mas, o benefício varia de R$ 724 a R$ 4.390,24. O valor
é definido de acordo com o salário de contribuição do segurado.
Perdas
no mercado de trabalho
O jornal O Globo ouviu a Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (Abead). A entidade lembrou que por causa do crescimento de usuários de cocaína e crack, o impacto no mercado de trabalho brasileiro era esperado. O Observatório do Crack, da Confederação Nacional de Municípios (CNM), comprova este problema. Em 98% dos Municípios do Brasil há registro do uso da droga.
Ainda
segundo o O Globo, São Paulo é o
Estado com maior número de auxílios-doença pagos: 42.649. Em seguida estão
Minas Gerais, 20.411 benefícios; Rio Grande do Sul, 16.632; Santa Catarina,
14.176 e Paraná, 10.369. Na contramão, os Estados com menor quantidade de
auxílios para usuários são de Alagoas, Roraima e Sergipe.
O
auxílio-doença é pago a dependentes de álcool e drogas após uma perícia médica
e apresentação de atestados. Exames que comprovem a dependência e a
incapacidade para o trabalho também são exigidos. O tempo de recebimento do
benefício é determinado pelo perito médico do INSS.
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