O consumo de cigarro no País caiu 20% entre
2006 e 2012, apontam dados do 2º Levantamento Nacional de Álcool e Drogas sobre
o uso do tabaco, realizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Segundo a pesquisa, 19,3% da população brasileira se declarou
fumante na pesquisa realizada em 2006. No ano passado, o índice caiu para
15,6%, o equivalente a 19,4 milhões de pessoas. A queda entre os adolescentes
foi ainda maior. No período analisado, o porcentual de menores entre 14 e 18
anos que fumam passou de 6,2% para 3,4%, redução de 45%.
"Podemos apontar as leis federais e estaduais que
dificultaram o consumo do cigarro como uma das razões para essa queda. Mas há
uma tendência mundial de declínio no uso do tabaco e maior informação sobre a
dependência que ele causa entre as novas gerações", afirma a psiquiatra
Ana Cecília Marques, uma das responsáveis pelo estudo.
Embora o consumo tenha caído, os indicadores de dependência
entre os que continuam fumando se agravaram. O número médio de cigarros
consumidos passou de 12,9 para 14,1 entre 2006 e 2012. Já o porcentual de
usuários que fumam o primeiro cigarro até cinco minutos após acordar passou de
17,9% para 25,3% no período.
Apesar da queda geral no uso do cigarro, o índice de fumantes na
classe A dobrou. Em 2006, 5,2% desse grupo se declarava usuário de tabaco. No
ano passado, esse número passou para 10,9%. Em todas as outras classes houve
redução do consumo, mas a classe E continua a ter o maior porcentual de
fumantes: 22,9%.
A Região Sul do País foi a que teve a maior queda no índice de
fumantes: de 25,9% para 20,2% no período analisado, mas ainda é a região com o
maior porcentual de dependentes de cigarro.
Tratamento
O levantamento mostra ainda que 90% dos fumantes gostariam de
largar o vício, índice maior do que o registrado em 2006, quando 81%
manifestavam esse desejo. No entanto, apenas 17% dos que querem parar de fumar
têm planos nesse sentido.
Segundo o estudo, apenas uma pequena minoria dos fumantes (7,3%)
buscou ajuda para largar o cigarro. O tratamento especializado na rede pública
ainda é pouco procurado. Do total de pessoas que buscaram ajuda, apenas 7,8%
recorreram ao Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD). A
maioria (51,8%) declarou ter buscado ajuda com algum membro da família.
Publicidade
A maioria dos entrevistados apoia a lei que restringe
publicidade em pontos de venda, como padarias e restaurantes. Entre os não
fumantes, o índice de aprovação é de 88%. Entre os fumantes, 77% apoiam a
medida. Os pesquisadores entrevistaram 4.607 pessoas em 149 municípios
brasileiros.
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