A droga afeta os sistemas neurológico e
imunológico de forma irreversível e a ressaca química demora semanas
O uso de
cocaína está disseminado em todas as camadas da sociedade. Entre os usuários,
estão jovens de classe média que utilizam a droga nas baladas e em reuniões na
casa de amigos. A maioria experimenta com o objetivo de conhecer seus efeitos
ou até mesmo porque desejam passar mais tempo “ligadão”, embora muitos
desconheçam que, mesmo o uso esporádico, é prejudicial.
Isso
porque, as substâncias presentes na cocaína afetam o sistema neurológico e
imunológico de forma irreversível e muito perigosa. Além de todas as transformações
internas, o uso constante causa, ao longo dos anos, uma degradação física
evidente.
“A
cocaína é uma droga estimulante que afeta o organismo inteiro, atingindo
principalmente cérebro, coração e a frequência respiratória”, explica a
psiquiatra Ana Cecília Marques. Segundo o também psiquiatra Anderson Ravy
Stolf, mestrando do programa de pós-graduação em psiquiatria pela UFRGS, a
cocaína, assim como o crack, está associada a uma diminuição da resposta
imunológica do organismo.
“O
uso dessas drogas facilita a ocorrência de infecções. Pode-se observar isso de
forma clara nos pacientes que possuem infecção pelo HIV e utilizam cocaína.
Eles são mais suscetíveis às infecções chamadas de oportunistas”, diz ele. No
sistema neurológico, ela causa hiperexcitação cerebral e consequente morte dos
neurônios e a diminuição da irrigação sanguínea no cérebro. A presença de
cocaína no cérebro gera também alterações das funções neuropsicológicas,
influenciando áreas relacionadas ao julgamento, percepção, concentração, tomada
de decisões e impulsividade.
Além dos
problemas internos, a droga também pode acabar com sua performance na cama.
Isso porque, os usuários têm mais chances de sofrer de disfunção erétil e
acabar broxando. “A cocaína pode causar impotência por vários motivos. Os mais
comuns são os acidentes vasculares (isquemia) e depressão, afinal, durante a
abstinência o homem fica abatido, apático, sem libido, em uma ressaca
química que demora dias ou até mesmo semanas para passar”, explica a Dra Ana
Cecília.
Ou seja,
se momentaneamente a cocaína faz com que você aguente por mais tempo as baladas
e sinta uma enorme euforia sexual, com o passar do tempo, a libido diminui
e as chances de você ficar devendo na hora H aumentam e muito.
Caso você
seja atleta e decida utilizar a cocaína para melhorar sua performance nos
treinos, o sinal de alerta deve ser redobrado. Isso porque, de acordo com dr.
Anderson, a droga gera um aumento das substâncias que, em níveis muito altos,
prejudicam o músculo, como ácido lático. Por isso, não se iluda com a euforia
durante o treino. Ela dá a falsa impressão de que a substância aumenta a
capacidade de realizar exercícios. Mas o efeito é justamente contrário.
“Após uso
agudo, principalmente quando em combinação com exercícios vigorosos, há aumento
da chance de infartos do coração e do cérebro (derrames), pela
vasoconstrição das artérias”, explica o especialista.
Fisicamente
não é possível precisar dentro de quanto tempo há mudança após uso intenso da
droga, porque isso envolve a suscetibilidade individual à substância. Sabe-se
que ela está associada ao aumento de problemas dermatológicos, inclusive
infecções de pele, e à própria degradação da aparência física. Além disso,
usuários constantes podem adquirir “toques”, gerados por dois motivos
principais. “O mais comuns são: a intoxicação e a síndrome de abstinência”,
alerta a Dra. Ana Cecília.
Disponível em: http://www.areah.com.br/cool/saude/materia/6270/1/pagina_2/os-efeitos-da-cocaina.aspx
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