Não é de hoje a moda entre os adolescentes de misturar
energético com bebidas alcóolicas. Especialistas alertam para o
perigo para a saúde dessa combinação explosiva, assim como para a bebida tomada pura,
em excesso.
O
álcool pode causar diversos problemas ao sistema nervoso central e tem consequências piores para os
adolescents do que para os adultos. É o que afirma a psiquiatra e presidente da
Abead (Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas), Ana Cecília
Marques. Ela explica que o álcool pode “provocar atrofia em áreas importantes
do cérebro”, responsáveis pelo seu
O álcool afeta, também, o sistema
cardiovascular, deixando as pessoas mais vulneráveis a um AVC
(acidente vascular cerebral), que é o rompimento de artérias no cérebro. Um AVC
pode deixar a pessoa com sequelas ou levá-la à morte.
Além
de interferir na saúde, o álcool em excesso está associado a casos de
violência, relação sexual desprotegida, entre outros.
Álcool e energético
A
médica cardiologista e presidente da Socerj (Sociedade de Cardiologia do Estado do
Rio de Janeiro), Olga Ferreira de Souza, alerta que a mistura de álcool
com energético pode
levar ao aumento da pressão arterial, palpitações, arritmias
cardíacas, AVC e morte súbita.
A
cardiologista explica que os energéticos camuflam os sintomas de embriaguez,
porque contêm estimulantes, como cafeína e taurina, que mascaram os efeitos do
álcool. Assim a pessoa bebe mais e por mais tempo.
O
álcool, depois de seu momento de euforia, causa um efeito depressor, levando a
uma queda de entusiasmo e à sonolência. A cafeína do energético acelera osbatimentos cardíacos e produz hormônios,
como a adrenalina, provocando
riscos como arritmia e aumento da pressão arterial. O problema do jovem é que,
geralmente, não faz check ups que revelam se ele pode
ter alguma propensão a uma cardiopatia ou à pressão alta. Por desconhecer seu
estado de saúde, o jovem corre muito risco ao consumir energético.
O
consumo diário de cafeína recomendado para uma pessoa é 150 mg em 24h. Uma lata
de energético tem, em média, 80 mg de cafeína. O jovem costuma consumir de duas
a três latinhas de energético numa balada.
A
cardiologista explica que não existe recomendação médica para o uso de
energéticos e, infelizmente, não há restrições para a venda de energéticos,
como ocorre com o álcool.
Uma pesquisa feita pela
Unifesp demonstrou que a cafeína dos energéticos potencializa os efeitos do
álcool no cérebro e pode causar envelhecimento precoce e a doenças degenerativas,
como Mal de Alzheimer e de Parkinson.
A
cardiologista alerta que “se for beber, que seja de forma moderada, pouca
quantidade, evitando bebidas destiladas que possuem maior teor alcoólico”. É
imprescindível beber água enquanto se consome bebidas alcóolicas para manter o
corpo hidratado, já que um dos efeitos do álcool é desidratar
as células. Também não se deve beber em jejum.
Um
outro problema é que os adolescentes têm começado a beber cada vez mais cedo.
Isso se deve, sobretudo, à falta de campanhas de conscientização voltadas para
essa faixa etária alertando sobre os perigos do consumo de álcool e as
consequências do seu uso.
Pais
e jovens devem estar em alerta quanto ao uso de energético. Por terem a venda
liberada, muitos adolescentes abusam do energético sem saberem das
consequências danosas para o seu organismo.