sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Prefeitura de SP começa a remover barracos erguidos na Cracolândia

Poder público tenta, novamente, retirar os moradores da região.  Trezentas pessoas serão encaminhadas para hotéis.


A Prefeitura de São Paulo está retirando os moradores que ocuparam a região conhecida como Cracolândia. Trezentas pessoas serão encaminhadas para pequenos hotéis e vão ter alimentação, trabalho e estudo, para, aos poucos, saírem das drogas.

Para a retirada, há pessoas para limpar o local, para vigiar, para orientar e para cuidar. Com todo esse pessoal, o poder público tenta, de novo, agir na região e retirar as pessoas de barracas montadas nas ruas. 

O crack fez essas pessoas se submeterem a condições absolutamente desumanas de vida em barracas, onde colchão, roupas, lixo, restos de comida e objetos catados na rua se misturam. Há também muita mosca e coisas molhadas por causa da chuva. 

“Das outras vezes, nós éramos tratados todos como marginais, criminosos. Hoje, somos doentes precisando de uma oportunidade”, diz uma das moradoras do local.
Os funcionários da Prefeitura vão desmontando os barracos e acumulando pedaços de madeira, papelão, telha, toda a estrutura que formava esses barracos. Os moradores só puderam retirar os objetos pessoais, como roupas. 

Os moradores estão indo para hotéis pagos pela Prefeitura, onde vão ter alimentação, cursos de qualificação e um pequeno salário para trabalhar em varrição de praças. “Nós temos que ter o tempo dessas pessoas. Se ela quiser se libertar, liberar ou deixar de consumir a droga, acho isso muito louvável, e esse é o caminho que indicamos. Agora, se ela tiver uma condição que ela pode continuar trabalhando e ir se desligando aos poucos da droga, também é um caminho que aceitamos”, explica o secretário de Saúde de São Paulo, José de Filippi Júnior. 

“Eu acho que é uma medida ingênua, bem intencionada, mas infelizmente, boas intenções não funcionam em uma situação tão grave como essa. Então, eu não vejo muita coerência de você promover a reinserção antes de fazer o tratamento”, opina a psiquiatra Ana Cecília Marques, professora da Unifesp. 

Uma das mulheres que estava morando nas ruas e agora está no hotel fala, sem se identificar, sobre o que quer para o futuro: “Primeiramente, eu preciso muito de um lar e recuperar meu filho. Eu preciso sair para ter ele de volta. É a coisa mais importante do mundo”. 



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