quarta-feira, 25 de junho de 2014

Especialistas põem em xeque uso de armas não letais no combate ao crack em São José por dentro



Grupo acha que medida vai afastar usuário de tratamento adequado; prefeitura rebate e diz que é preciso conter avanço do uso de drogas

Previstas para chegaram a São José entre o final deste mês e o começo do próximo, as armas não letais do "Crack, é possível vencer", do governo federal, geram polêmica.
A cidade, que deu início à força-tarefa para combater o uso de álcool e drogas nas ruas, receberá 50 pistolas de eletrochoque, 150 ampolas de gás de pimenta e um micro-ônibus com 20 câmeras.
Quatro motocicletas já estão no município à espera de emplacamento.
A força-tarefa vai até os pontos onde há consumo de crack, álcool e outras drogas. À Polícia Militar, cabe o primeiro contato, com revistas e pesquisa de antecedentes criminais.
Em seguida, entram os assistentes sociais. Acompanham a Guarda Municipal, que passou por capacitação da Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública), e a Polícia Civil. 

Opiniões. 
 
"A ideia de uma polícia que chega antes é equivocada. Afugenta as pessoas como ratos. São armas de controle que não servem para dependentes. Em São Paulo, pessoas migraram para outros pontos e continuaram nas ruas", critica a psiquiatra especialista em crack, Ana Cecília Tetta Marques.
A assistente social Cláudia César Castagini concorda. "Só vai amedrontar. É uma violência. Quem já está vulnerável, vai se sentir um bandido".
O especialista em segurança pública, José Vicente da Silva Filho, é contrário às armas.
"Terão baixíssimo impacto. A maioria fica prostrada e não agressiva. A polícia é para os traficantes."
Já o pastor Eduar do Humberto Banhara, que atuou em clínica de recuperação, é favorável. "A internação só pode ser eficaz se o doente quiser. Mas há lugares em que os agentes sociais não chegam. Pode contribuir para o choque emocional. Há pessoas há 15 dias nas ruas que não sabem onde estão", disse.

Outro lado. 
 
O secretário de Defesa do Cidadão, José Luís Nunes, rebate . "É preciso separar aqueles que precisam de tratamento social dos que cometem crimes. Tem gente que se mistura aos que têm problemas, para vender drogas, para cometer furtos", diz. As ofensivas terão continuidade.


pistolas de choque

A cidade receberá, nos próximos dias, 50 pistolas de eletrochoque pelo programa "Crack, é possível vencer", do Governo Federal. Elas neutralizam as reações musculares imobilizando, em média, por oito segundos. As armas são capazes de atingir um alvo a até dez metros de distância e têm memória digital para gravação dos últimos 1.000 disparos
(com dia , hora, minuto e segundo)
gás de pimenta

Também integrarão o projeto 150 ampolas de gás de pimenta, com jatos direcionados, não inflamáveis, que não contaminam o ambiente
microônibus

Também chegará um microônibus com 20 câmeras em sua parte externa. As imagens serão repassadas ao COI (Centro de Operações Integradas) em tempo real e armazenadas por cerca de 15 dias. Nove monitores de alta definição estão inclusos.

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