quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Drogas sintéticas, crescimento alarmante

Vários campos do saber têm se mobilizado para responder às angústias humanas. Todos investem, de acordo com suas crenças, na procura de caminhos para o homem ser feliz. 

Grande parte da comunidade humana, científica ou não, dirige seus esforços para a solução de problemas ou a construção de melhores condições de vida, pautadas no aspecto físico das questões. 

É formidável todo esse progresso, e ele tem amenizado muitas aflições, mas soluciona os conflitos de fato, ou atua apenas nos sintomas? 

Temos notícia que 97 novas drogas por ano entram no mercado. Assevera Camila Brandalise, jornalista da Revista “ISTOÉ”, que a facilidade do surgimento de novos laboratórios e do acesso às matérias-primas, na maioria dos casos, a anfetamina, tem feito a produção e o consumo dessas novas drogas sintéticas aumentarem drasticamente, como aponta estudo divulgado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC). 

O mundo está envolvido pela maré montante do vício, que encontra suas fontes abastecedoras numa ramificação oculta e poderosa, encarregada de espalhar, especialmente entre os jovens, as substâncias tóxicas que não somente debilitam o físico, como também minam as fibras morais, solapando o caráter. 

Segundo a psiquiatra Ana Cecília Marques, Presidente da Associação Brasileira para o Estudo do Álcool e outras Drogas (Abead), o Brasil já vem sendo alertado sobre a nova onda de drogas sintéticas há mais de 15 anos, mas não se vê uma preocupação do governo em informar e pesquisar sobre essas substâncias. 

Os dados são preocupantes ainda mais quando se observa que quase 50% da população em tratamento por dependência química são jovens na faixa etária de 20 a 30 anos. Além disso, 50% são solteiros, 50% não tinham trabalho, 94% são homens, 67% não estavam estudando e 40% não possuem o ensino fundamental. 

Outro dado apontando é que 70% dos internados para tratamento por dependência química são encaminhados pela Justiça. "A relação da dependência química com a criminalidade é muito próxima. Eu costumo comparar a situação dos dependentes com a de uma pessoa que, em um dia muito quente, não encontra água para beber. Multiplica essa sensação por mil para saber as consequências da droga. Daí vêm as reações como o roubo, para conseguir dinheiro para comprar droga". 

Estudo da ONU mostra que o número de novas drogas sintéticas vem crescendo rapidamente, e para controlar esse avanço, é necessário buscar saber o perfil dos produtores e usuários dessas drogas, alertando-os da possibilidade perigosa de estar comprando uma droga e levando outra, o que fatalmente traria desgraças imediatas. 

O colorido paraíso químico das viagens psicodélicas tantas vezes tem adquirido a palidez mortal, como tragicamente o confirmaram nomes famosos, entre os quais os de Elvis Presley, Jimy Hendrix, Janis Joplin e, mais perto de nós, Elis Regina. 

Diante de tantas tragédias que já aconteceram, em nome de uma pseudo-liberdade, podemos afiançar: Só é livre verdadeiramente, quem tem compromisso com a vida; Aqueles que fogem desse compromisso, não são livres, são soltos. Quem é verdadeiramente livre, vai onde quer. Quem é solto, não sabe para onde caminha, vive a dar cabeçadas. 

Disponível em: http://www.diariodecuiaba.com.br/detalhe.php?cod=466240

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