Polícia flagra maior circulação de LSD, ecstasy e outras substâncias caras
Quanto mais conhecido na balada, mais fácil fica
encontrar o caminho para a "vibe (vibração)perfeita". Mas, além da
influência, também é preciso ter dinheirono bolso: R$ 50 é o
valor mínimo que se paga por uma noite de alucinações e sensações de euforia. E
não falta por aí quem queira comprar o prazer em forma de remédio. Com o
aumento da renda do mineiro, cresce também o consumo de substâncias
entorpecentes mais caras, como o ecstasy, o LSD e outras drogas sintéticas.
Dados da Polícia Federal (PF) mostram que, no ano passado, foram apreendidos 92.883 comprimidos de ecstasy no Estado, número 135,7 vezes superior ao retido pela corporação em 2010 (684 unidades). A presença do LSD também se multiplicou nos flagrantes da PF, passando de 2.370 micropontos (pequenos quadrados com cerca de seis milímetros) encontrados em 2010 para 24.860 em 2011, o equivalente a dez vezes mais.
"O aumento se deve ao número maior tanto de operações da polícia como de uso por parte da população, que está investindo mais nas drogas caras", afirma o chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da PF, João Geraldo. O balanço da Polícia Rodoviária Federal (PRF)
também mostra crescimento de apreensões de LSD, ecstasy e outras drogas sintéticas.
Em 2011, 322 unidades desse tipo de substância foram parar nos depósitos da corporação, contra 36 em 2010. Em contrapartida, os flagrantes de cocaína e crack, que têm menor preço, tiveram queda (veja quadro abaixo).
Para o presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (Abead), Joaquim Melo, há uma tendência das classes média e alta em trocar a cocaína e o crack pelas drogas sintéticas. "Elas vêm da Europa e estão na moda. Não digo que já viraram uma epidemia, mas, se continuar no ritmo que estão, vão virar", declara Melo.
O delegado João Geraldo explica que há um status envolvendo as drogas sintéticas. "É muito mais fácil dizer que está usando ecstasy do que cocaína, que parece mais viciante", diz Geraldo. No entanto, a psiquiatra e professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Ana Cecilia Roselli Marques afirma que o impacto do ecstasy é mais devastador do que o da cocaína. "Ele é derivado da anfetamina, que destrói os neurônios", explica. O LSD, segundo ela, também causa dependência, e seus efeitos ainda são pouco estudados.
Os malefícios, porém, não impedem o publicitário Renato (nome fictício), 29, de usar o ecstasy a cada 15 dias. "Costumo comprar três comprimidos na balada, mais um alucinógeno. Gasto cerca de R$ 300 por noite, mas vale a pena, a vibe é perfeita".
Dados da Polícia Federal (PF) mostram que, no ano passado, foram apreendidos 92.883 comprimidos de ecstasy no Estado, número 135,7 vezes superior ao retido pela corporação em 2010 (684 unidades). A presença do LSD também se multiplicou nos flagrantes da PF, passando de 2.370 micropontos (pequenos quadrados com cerca de seis milímetros) encontrados em 2010 para 24.860 em 2011, o equivalente a dez vezes mais.
"O aumento se deve ao número maior tanto de operações da polícia como de uso por parte da população, que está investindo mais nas drogas caras", afirma o chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da PF, João Geraldo. O balanço da Polícia Rodoviária Federal (PRF)
também mostra crescimento de apreensões de LSD, ecstasy e outras drogas sintéticas.
Em 2011, 322 unidades desse tipo de substância foram parar nos depósitos da corporação, contra 36 em 2010. Em contrapartida, os flagrantes de cocaína e crack, que têm menor preço, tiveram queda (veja quadro abaixo).
Para o presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (Abead), Joaquim Melo, há uma tendência das classes média e alta em trocar a cocaína e o crack pelas drogas sintéticas. "Elas vêm da Europa e estão na moda. Não digo que já viraram uma epidemia, mas, se continuar no ritmo que estão, vão virar", declara Melo.
O delegado João Geraldo explica que há um status envolvendo as drogas sintéticas. "É muito mais fácil dizer que está usando ecstasy do que cocaína, que parece mais viciante", diz Geraldo. No entanto, a psiquiatra e professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Ana Cecilia Roselli Marques afirma que o impacto do ecstasy é mais devastador do que o da cocaína. "Ele é derivado da anfetamina, que destrói os neurônios", explica. O LSD, segundo ela, também causa dependência, e seus efeitos ainda são pouco estudados.
Os malefícios, porém, não impedem o publicitário Renato (nome fictício), 29, de usar o ecstasy a cada 15 dias. "Costumo comprar três comprimidos na balada, mais um alucinógeno. Gasto cerca de R$ 300 por noite, mas vale a pena, a vibe é perfeita".
Consumo vai além das raves e atinge eventos de axé e de
sertanejo
Com o aumento da procura pelas drogas sintéticas,
o consumo não está apenas restrito a raves, como são chamadas as longas festas
de música eletrônica. Segundo o chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes
da Polícia Federal, João Geraldo, o ecstasy e o LSD já chegaram também aos
eventos que tocam músicas sertaneja e axé.
"Os produtos ainda são comuns em festas
privadas. Do jeito que está, é possível prever uma epidemia de ecstasy no
Brasil, assim como estamos vendo com o crack", afirma o delegado. Um estudo
feito pelo Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas (Obid) revela
que a idade média para se começar a usar ecstasy é de 20,5 anos, e o LSD, 19,5.
O publicitário Renato (nome fictício), 29, conta
que experimentou o ecstasy pela primeira vez há dois anos, na balada de música
eletrônica que frequentava. "Eu já tinha ouvido falar dos efeitos e
procurei quem vendesse. Não foi difícil, mas é preciso ter bastantes
contatos", relata. Ele diz que gosta de usá-lo com um alucinógeno para dar
uma "vibe" melhor. "Só não misturo com álcool para manter o
controle. Chego a ficar 24 horas fritando (ligado)".
(LC)
Disponível em: http://www.otempo.com.br/noticias/ultimas/?IdNoticia=214990%2cOTE&busca=ecstasy&pagina=1