Serão 4
horas por dia de trabalho. Em troca, a prefeitura oferece três refeições
diárias e R$ 15 por dia trabalhado, além da hospedagem em um hotel. Dependentes
não serão obrigados a fazer tratamento médico.
A cidade de São Paulo começou,
nesta terça-feira (14), mais uma tentativa de combater o consumo de crack.
Dependentes químicos vão ganhar hospedagem, alimentação e emprego.
Os barracos de madeira e lona na
região da Cracolândia começaram a ser desmontados durante a tarde. Uma nova
tentativa de acabar com a Cracolândia, que concentra dependentes de crack no
centro da cidade. A partir de agora, 300 vão receber ajuda desse novo programa.
“Foi absolutamente voluntário. Quem
quer participar, quem não quer participar. É um grande desafio, mas é um
caminho que estamos buscando”, comenta Luciana Temer, sec. mun. de Assistência
Social-SP.
Os dependentes vão ter que
trabalhar na limpeza da cidade e recolhimento de materiais recicláveis. Serão
quatro horas por dia de trabalho e duas horas em programas de requalificação
profissional.
Em troca, a prefeitura oferece três
refeições diárias e R$ 15 por dia trabalhado, com pagamento semanal. Além da
hospedagem em um dos cinco hotéis cadastrados.
Os hotéis foram todos reformados há
pouco tempo. Tem até uma sala de convivência com sofás para os novos hóspede.
Uma das suítes com banheiro pequeno, mas com chuveiro elétrico. No quarto,
armário e camas com espaço no máximo três pessoas.
Outro ponto do programa é mais
polêmico. Os dependentes não serão obrigados a fazer tratamento médico. Mas os
que quiserem, vão ser encaminhados.
“O tratamento é pra que essa pessoa
reconstrua sua vida. Reconstrua a vida dela e possa ver que ela pode ser feliz.
Que possa buscar no trabalho, no emprego, a reestruturação dos amigos, da
família, e a saúde. Acho que é um passo importante pra isso, buscar o seu
bem-estar integral”, diz José de Filippi Junior, sec. municipal de Saúde-SP.
A médica psiquiátrica condena a
falta de tratamento. “Eu acho que é uma medida ingênua, bem intencionada, mas
infelizmente boas intenções não funcionam numa situação tão grave como essa. Eu
não vejo muita coerência em você promover a reinserção antes de fazer o
tratamento”, avalia Ana Cecília Marques, psiquiatra.
Uma dependente, que aderiu ao
programa, aprova a ideia e já planeja o recomeço. “Arrumar um trabalho, pegar
meu filho e ter minha casa. E ser feliz. Com certeza, se Deus quiser”, afirma.
A prefeitura de São Paulo afirmou
que o programa mostrado na reportagem tem como objetivo a reinserção social. E
voltou a dizer que o tratamento da dependência não é obrigatório para os
participantes do programa, mas que será oferecido para os que pedirem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário