Uma pesquisa divulgada nesta
quarta-feira (11) pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) mostra que o
consumo de tabaco diminuiu 20% no país no ano passado. Em 2006, a proporção de
tabagistas era 19,3% e, no ano passado, caiu para 15,6%.
Entre adolescentes, a redução, de 45%, é ainda maior que na
média: caiu de 6,2% em 2006 para 3,4% em 2012.
O combate ao tabagismo foi registrado em todas as classes
sócio-econômicas, exceto na classe A, população em que houve aumento de 110%
(de 5,2% para 10,9%) no período.
Contraditoriamente, o estudo também mostrou que a maioria dos
fumantes (73%) reporta que tentaria parar de fumar se tivesse tratamento
gratuito.
A pesquisadora Ana Cecília Marques, que participou do estudo,
acredita que, no momento da decisão sobre comprar ou não um maço de cigarros, o
dinheiro no bolso pesa mais que alta escolaridade e maior esclarecimento sobre
os efeitos nocivos do fumo.
"Embora a classe econômica mais privilegiada tenha mais
conhecimento, o fato de ter dinheiro para comprar se torna mais importante. Eu
acho que isso mostra a importância de se pensar em aumentar o imposto, porque é
um fator que pode, muito provavelmente, ser mais eficaz que campanhas de
conhecimento de que o cigarro faz mal", defendeu.
"Estudos mostram que em lugares onde houve aumento de
imposto o consumo diminuiu", atesta Clarice Madruga, pesquisadora da
Unifesp e coordenadora do Lenad.
Desde o final de 2011, o governo estipulou aumento gradativo da
carga tributária sobre os cigarros e do preço mínimo para a venda do maço.
O estudo também comparou os consumos nas diferentes regiões do
país. Apesar de ter apresentado queda, o Sul despontou como a que mais consumiu
cigarros: 20,2% em 2012, contra 25,9% em 2006. Os fumantes nas demais regiões
do Brasil também diminuíram: Norte (20%), Sudeste (19%), Nordeste (18%) e
Centro-Oeste (15%).
Embora a redução no consumo de tabaco tenha sido maior na
população masculina, a prevalência ainda é maior entre os homens - 21%, contra
13% das mulheres.
Metade da população já experimentou cigarro pelo menos uma vez
na vida. Entre essas pessoas, 51% mantiveram o hábito de fumar e, destas, 21%
conseguiram parar.
O 2º Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad) indica que
existam 20 milhões de fumantes hoje no Brasil, o que leva a estimar um total de
70 milhões de fumantes passivos.
O levantamento foi feito em 142 municípios e contou com 4.607
participantes de 14 anos ou mais. Em 2006, o Lenad teve 3.007 participantes de
147 municípios brasileiros.
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