sexta-feira, 7 de março de 2014

Legalização para quê?


A discussão sobre a legalização do uso recreativo e medicinal da maconha começa a tomar força na sociedade. Em breve, o Senado Federal deve colocar em debate um projeto de iniciativa popular que prevê a regulamentação da substância.
O assunto é delicado e divide opiniões de profissionais da área da saúde e também de pessoas que atuam em entidades que promovem ações de prevenção e enfrentamento ao uso de drogas, como o programa Amor Exigente, por exemplo.
O principal argumento dos que defendem a regulamentação do uso da maconha é de que o tráfico de drogas, que destrói a vida de milhares de pessoas, estaria aniquilado com a mudança.
Se isso fosse verdade, substâncias como o cigarro e a bebida alcoólica – hoje legalizados – não seriam falsificados e até traficados, como ainda ocorre.
A Holanda, tida como pioneira na regulamentação do uso da maconha e de outras drogas, até hoje mantém um combate constante e acirrado ao tráfico.
A Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (Abead) avalia que uma possível legalização da maconha traria várias consequências negativas: aumento do consumo e dos problemas relacionados; redução da idade de experimentação; aumento do consumo de outras drogas; redução das taxas de apreensão da droga; redução do preço e mudanças desreguladas do mercado da droga; surgimento de um movimento turístico ligado ao consumo de maconha, entre outros aspectos.
A presidente da Abead, Ana Cecília Roselli Marques, lembra que onde a legalização foi implementada, houve manutenção do mercado paralelo (tráfico) e da violência.
Portanto, mais do que discutir a legalização da maconha, faz-se necessário intensificar as ações de prevenção e orientação, para que cada vez menos pessoas caiam na falsa ilusão das drogas.
Se os traficantes agem livremente, e a falta de políticas de combate ao tráfico causa uma sensação de liberação das drogas, a situação tende a ser ainda pior com a legalização.
Sobre a autora
Deniele Simões é natural de São Paulo -SP e jornalista graduada pela Universidade Católica de Santos, com mais de 15 anos de experiência na área de comunicação. Atualmente trabalha como repórter e redatora do Jornal Santuário de Aparecida. Possui mais de 10 anos de atuação na área de assessoria de imprensa, tendo passado pela Prefeitura de São Vicente, na região da Baixada Santista; Câmara de Vereadores de Pindamonhangaba (SP) e Embras.net. Também teve passagens pelas redações do Jornal da Cidade, Rádio 94 FM, Rádio Metropolitana, Jornal Vale Empresarial e portal de notícias Agoravale, todos na região do Vale do Paraíba, interior de São Paulo.

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